24 de nov. de 2009

Alcebíades, fazer do palco sua casa onde você chega e se despe de todos os seus sentimentos , faz um gole de ilusão bem quente e come repartido em mil o pão que alimenta a fome da sua arte, faz brotar nos olhos da platéia lágrimas indecisas na face. E vai o tempo passando, vai vestindo os trajes que lhe transportarão no porão da arte, sobe até o sótão e desce por um corrimão de melancolia segurando na corda forte e inquebrável da fantasia, se transforma em palhaço, vendedor ambulante, pedreiro, bóia fria, e no fim quando esperam o clímax de todas as personagens, a que foi deixada como carta na manga, você simplesmente surpreende sendo só o que é, Alcebíades Filho, de quem, mesmo?
Voltou o palhaço, embrulhado nos trapos do ontem...com o rosto coberto de linhas que o tempo construiu sem deixar brechas para que encontrasse o caminho da volta... Lá vai ele, forçando um sorriso despedaçado, vai tentando reconstruir os traços antes que a noite chegue, antes que a lua apareça sútilmente como uma lasca de unha encravada no céu, de um azul que ele nem lembra mais, mas precisa se recompor, precisa muito, muito... Na primeira fila da vida, as crianças o esperam com as mãos preparadas para o aplauso inocente de que O ESPETÁCULO TERÁ VALIDO A PENA,proporcionado por um ingresso comprado com o que seria o cafe´da manhã.... te gosto pacaaaaaa!!




(Maria de Fátima)

Nenhum comentário: